Miguel Reale (1910-2006): um esboço de planejamento no Brasil na década de 1930

Autores/as

  • Paulo Roberto de Albuquerque Bomfim

Palabras clave:

pensamento geográfico, autoritarismo, Estado, planejamento

Resumen

No Brasil dos anos de 1920 e 1930, marcado pelo ocaso do sistema político-econômico agro-exportador e pela Revolução de 1930, com a conseqüente “depuração das elites” que converge para o golpe de 1937 (arquitetado por Getúlio Vargas), o discurso por uma modernização do país ganha impulso que, em relação à geografia material e ao próprio pensamento geográfico, traduz-se na criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos primeiros cursos superiores de geografia no país. Há, pois, todo um dinamismo de idéias em que se fomenta, numa leitura territorial, o viés “progressista”, “moderno”, autoritário e antiliberal recorrente na história das idéias no Brasil. Nesse contexto, surge em 1932 a Ação Integralista Brasileira, movimento de caráter autoritário fundado pelo político Plínio Salgado, mas cujo principal expoente intelectual, o jurista Miguel Reale (1910-2006) acenará com um projeto político-cultural em que a alocação de recursos produtivos para o território, um plano de viação nacional, a ocupação das “frentes pioneiras”, a definição do ordenamento estatal (em prol de um federalismo corporativista) e um projeto de modernização do parque industrial (prenúncio do modelo de substituição de importações?), antecipariam a práxis do planejamento no Brasil, a qual só amadurecida com o planejamento tecnicista dos governos militares (1964-1985).

Publicado

2007-05-02