Contribuições da coloniliadade do poder, do saber, do ser e do trabalho no entendimento da escravidão contemporâneo na Região Centro-Sul do Paraná

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1344/sn2021.25.33745

Palabras clave:

Colonialidade, Exploração, Modernidade, Trabalho Escravo.

Resumen

O Estado do Paraná não está fora do círculo da violenta exploração que o trabalho escravo contemporâneo representa. Entre 2005 e 2017, foram resgatados 1.174 trabalhadores, segundo o Radar SIT, da Secretaria de Inspeção do Trabalho. Desses, 339 foram em atividades urbanas e 835 em atividades ligadas ao rural (RADAR SIT, 2019). O objetivo deste texto é apontar as vias de compreensão sobre a escravidão contemporânea na região Centro-Sul do Paraná, a partir da teoria da colonialidade. O artigo está dividido em duas partes: primeiro, apresentamos dados relativos ao trabalho escravo contemporâneo na Região Centro-Sul do Paraná e, segundo, debatemos o que ele representa, sob a perspectiva da teoria da colonialidade. Um dos resultados desse texto é mostrar como o racismo, implantado na América Latina pelo colonialismo, é uma estrutura de poder importante para compreender as razões de existir, em pleno século XXI, formas de exploração do trabalho características da escravidão. Portanto, concluímos que as análises sobre essa questão, que não levam em conta esses aspectos, só podem compreender parcialmente o problema da escravidão contemporânea.

Biografía del autor/a

Adriano Makux De Paula, Universidade Federal do Paraná

Doutorando em Geografia pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Geografia pela UFPR e Graduado em Geografia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. Professor de Geografia desde de 2011 na educação básica pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná Núcleo Regional de Educação de Pitanga-PR e 2015 a 2017 na rede particular de escolas Aldeia do Sol em Guarapuava-PR. Realiza pesquisa sobre os seguintes temas: Escravidão Contemporânea, Modernidade/Colonialidade/descolonialidade, Ensino de Geografia, desenvolvimento, pequenas cidades, agricultura camponesa, movimentos sociais, políticas públicas, território, geografia regional e Trabalho

Citas

AArquivo Público do Paraná. 2009. Catálogo seletivo de documentos referentes aos indígenas no Paraná provincial [1853]. Paraná, Curitiba.

Bernardino-Costa, Joaze. 2012. “Migração, trabalho doméstico e afeto”. Cadernospagu 39: 447-459. https://doi.org/10.1590/S0104-83332012000200016,

Bernardino, Joaze. 2002. “Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil”. Estudos afro-asiáticos 24(2): 247-273. https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000200002

Castro-Gómez, Santiago. 2005. “Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da ‘invenção do outro’”. En A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas, editado por Edgardo Lander et al., 169-186. Buenos Aries: CLACSO.

Dussel, Enrique. 1993. 1492–o encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

Fanon, Frantz. 1979. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2ª. Ed.

Fanon, Frantz. 2008. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA.

Figueira, Ricardo Rezende. 2004. Pisando fora da própria sombra: a escravidão por dívida no Brasil contemporâneo. Editora Record.

Figueira, Ricardo Rezende; Santana, Horácio Antunes de Júnior; Prado, Adonia Antunes (Ed.). 2014. Trabalho escravo contemporâneo. Mauad Editora Ltda.

Grosfoguel, Ramón. 2011. “Racismo epistémico, islamofobia epistémica y ciencias sociales coloniales”. Tabula rasa 14: 341-355. https://doi.org/10.25058/20112742.431

Grosfoguel, Ramón. “El concepto de «racismo» en Michel Foucault y Frantz Fanon: ¿teorizar desde la zona del ser o desde la zona del no-ser?”. Tábula rasa 16: 79-102. https://doi.org/10.25058/20112742.112

Harvey, David. 1004. Novo imperialismo. Edições Loyola.

Lima, Benedito; Surkamp, Luize. 2012. Erva-mate: erva que escraviza. Fortaleza: La Barca.

Lukács, György. 2013. Para uma ontologia do ser social II. São Paulo: Boitempo.

Maldonado-Torres, Nelson. 2007.“Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto”. En El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global, editador por Santiago Castro-Gomez y Ramón Grosfoguel, 127-168, Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.

Maldonado-Torres, Nelson. 2018. “Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básica”. En Decolonialidae e pensamento afrodiaspórico, editado por Joaze Berdino-Costa; Nelson Maldonado-Torres y Ramón Grosfoguel. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1.ed. (livro digital).

Marañón-Pimentel, Boris. 2017. Una crítica descolonial del trabajo. Ciudad de México: Universidad nacional autónoma de México, instituto de investigaciones económicas.

Martins, José de Souza. 2009. Fronteira: a degradação do Outro nos confins do humano. São Paulo: Contexto.

Mignolo, Walter. D. 2017. “Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 32(94). https://doi.org/10.17666/329402/2017

Moura, Flavia A. 2008. “Escravos da precisão: economia familiar e estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais em Codó (MA)”. Revista Pós Ciências Sociais 5(9/10).

Munanga, Kabengele. 2019. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Autêntica Editora.

Observatório Digital Da Erradicação Do Trabalho Escravo E Do Tráfico De Pessoas. 2018. Perfil dos casos de trabalho escravo. [s.l.].

Disponível em: https://smartlabbr.org/trabalhoescravo. Acesso em: 02 jan. 2020.

Quijano, Aníbal. 2005. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”. En A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas, editado por Edgardo Lander et al., 227-278. Buenos Aries: CLACSO.

Quijano, Aníbal. 2014. “El trabajo al final del siglo XX”. En Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/descolonialidad del poder: antología esencial, editado por Aníbal Quijano. Buenos Aires: Clacso.

RADAR SIT. 2020. Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, Brasília. Disponível em: https://sit.trabalho.gov.br/radar/. Acesso em: 02 de jan. 2020.

Sakamoto, Leonardo. 2011. “Os acionistas da casa grande: A reinvenção capitalista do trabalho escravo no Brasil contemporâneo”. En Olhares sobre a escravidão contemporânea: novas contribuições críticas, editado por Ricardo Rezende Figueira y Adonia Antunes Prado. EdUFMT.

Santos, Boaventura de Sousa. 2007. “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”. Revista crítica de ciências sociais 78: 3-46. https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004

Souza, Jessé. 2017. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya.

Wallerstein, Immanuel; Quijano, Aníbal. 1992. “La americanidad como concepto, o América en el moderno sistema mundial”. Revista América: 1492-1992. Trayectorias históricas y elementos del desarrollo 134: 583-591.

Publicado

2022-01-02

Número

Sección

Artículos