“Adoção-pronta”: mitos e construções

Autores/as

  • Lygia Santa Maria Ayres

Palabras clave:

Adoção-pronta, políticas publicas, infância e adolescência, exclusão social, Independent adoption, public policy, childhood and adolescence, social exclusion

Resumo

O artigo, fruto de doutoramento da autora, tece considerações acerca do instituto da adoção no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Tem como objetivo central analisar as adoções-prontas a luz do contexto sócio-economico e político tanto das famílias que entregam seus filhos em adoção quanto o daqueles que acolhem em adoção. Examinam-se processos relativos a situações de colocação em lares substitutos e/ou reparentalidade tramitados na 1ª. Vara da Infância e da Juventude da Comarca da Capital (RJ) durante três períodos históricos, a saber, o da vigência do Código de Menores, o da reformulação deste em 1979 já com a introdução da lei de adoção e o do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 que rediscute e redefine o instituto da adoção no Brasil. As analises produzidas, tendo como norte teórico as contribuições da genealogia de Foucault, a cartografia de Guattari e a Analise do Discurso, apontam-nos que devemos problematizar e colocar em análise os discursos e as redes que tecem os fios de alguns processos de inclusão/filiação social. Salientam que é preciso desconstruir mitos e discursos que incorporam à mãe pobre a subjetividade de incompetência e naturalizam a perda do poder familiar. Sintetizando, questionam-nos se não devemos pensar, sob a ótica da rede de relações psicossociais, o ato de entrega dos filhos aos cuidados de terceiros, como um recurso de inclusão social acionado por genitores excluídos?

Publicada

2012-03-22