1986 O ano da morte da liberdade político-econômica de Portugal. Notas críticas em torno do romance A Jangada de Pedra

Autores/as

  • Daniel Vecchio Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1344/abriu2023.12.3

Palabras clave:

União Europeia, Dominação econômica, Ressentimento crítico, José Saramago, Representação

Resumen

As críticas de José Saramago registradas em suas obras literárias e em seus diários são muito claras quanto aos malefícios trazidos pelo processo político conservador reiniciado desde a contrarrevolução de 25 de novembro e que culminou na entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE), acarretando a manutenção do nível de pobreza de grande parte dos trabalhadores. Durante tantos anos convivendo com esse ressentimen- to crítico, advindo principalmente da dependência econômica que Portugal sofreu historicamente, sempre sob a «proteção» de um poder mais forte, Saramago fica cada vez mais convicto das críticas que tecera em seu romance de 1986. Quando o autor construiu a jangada de pedra, preferiu fazê-la navegar por águas atlânticas do que vê-la afundar diante das novas imposições dos bancos e centros financeiros franco-germânicos. Desse modo, Saramago oferece uma nova oportunidade aos ibéricos para repensar e escolher suas parcerias e identidades, reconstituindo as ideias e os valores de união dos indivíduos.

Publicado

2023-10-15 — Actualizado el 2023-10-25

Cómo citar

Vecchio, D. (2023). 1986 O ano da morte da liberdade político-econômica de Portugal. Notas críticas em torno do romance A Jangada de Pedra. Abriu: Estudios De Textualidad De Brasil, Galicia Y Portugal, (12), 31–48. https://doi.org/10.1344/abriu2023.12.3