A mácula lusitana: as raízes portuguesas e a incivilidade do Brasil na literatura de viagem, séculos xviii e xix
DOI:
https://doi.org/10.1344/abriu2020.9.9Palavras-chave:
Viajantes, Império, Civilização, Historiografia.Resumo
Entre o século xviii e xix, quando o porto do Rio de Janeiro se converte num dos pontos mais visitados do hemisfério sul e com a abertura dos portos luso-brasileiros a partir de 1808, com a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, muitos viajantes deixaram relatos de sua passagem pelo Brasil. São soldados, missionários, artistas, imigrantes, cientistas, contrabandistas que no fluxo das navegações atlânticas se constituem como observadores de primeira mão de um imenso território que é central no contexto das guerras napoleônicas, do comércio internacional e nas questões referentes ao tráfico de escravos. Nesse momento eles testemunham a superação dos vínculos coloniais da América portuguesa e a construção do Estado nacional e da monarquia brasileira. Uma observação recorrente é a da necessidade de superar os vínculos com a cultura portuguesa, vista como origem malsã que impede o desenvolvimento da civilização pela ignorância, superstição e pela influência deletéria da escravidão. Essa imagem acaba sendo transferida para a historiografia brasileira, sobretudo após a publicação do clássico de Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, em 1936. Este artigo pretende rever algumas dessas imagens sobre a civilização portuguesa no Brasil em viajantes britânicos e franceses.
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