O conceito modo de vida no pensamento social moderno

Autores/as

Palabras clave:

modo de vida, pensamento social moderno, geografia, sociologia, antropologia.

Resumen

As profundas transformações políticas, econômicas e culturais, impostas à sociedade pelo desenvolvimento do capitalismo, despertaram nos intelectuais a necessidade de compreender como ocorre a reprodução dos grupos sociais diante desta realidade. Entre os elementos analíticos mais utilizados pelos pesquisadores de diversas áreas das ciências sociais o conceito modo de vida sempre esteve entre os mais relevantes. Por isso, este artigo tem o objetivo de analisar a evolução do conceito nas três áreas do conhecimento as quais o mesmo foi mais utilizado e ganhou maior notoriedade: Antropologia, Sociologia e Geografia. Além de resgatar os pressupostos e os critérios utilizados por vários intelectuais para definir o conceito e entender como ele contribuiu para a evolução da análise social, o texto analisa as conflitualidades e realidades as quais estes pesquisadores estiveram submetidos e que influenciaram nos seus estudos sobre o conceito.

Biografía del autor/a

Sergio Aparecido Nabarro, Université Paris 1 – Panthéon-Sorbonne

Profesor invitado en el Institut de Géographie e investigador en la Géographie-Cités de la Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) donde desarrolló una investigación postdoctoral (2019 - 2020) sobre la vida campesina y la cuestión agraria en la obra de Élisée Reclus. Doctor en Geografía por la Universidad de São Paulo (USP) con un período de estudios e investigación en la Universitat de Barcelona (UB - España). Magíster en Geografía de la Universidad de São Paulo (USP). Licenciada en Geografía (Licenciatura y Bacharelado) y Especialización en Docencia en Geografía por la Universidad Estatal de Londrina (UEL). Es miembro de los grupos Geocrítica: comité editorial, de investigación y divulgación científica, con sede en la Universitat de Barcelona (España) y Géographie-Cités, con sede en la Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne). Es crítico de las revistas internacionales Scripta Nova, Biblio 3W y Ar @ cne (Barcelona) y de las revistas brasileñas: GeoUsp: espacio y tiempo (USP), Boletín Goiano de Geografía (UFG), Docencia, Educación y Ciencias Humanas (UNOPAR) y Caderno. de Geografía (PUC-Minas). Tiene experiencia en las áreas de Geografía Agraria, Historia del Pensamiento Geográfico y Teoría y Método en Geografía, actuando principalmente en los siguientes temas: campesinado, modo de vida, políticas públicas, neoliberalismo, ideología y discurso.

Citas

AB’SABER, Aziz. Pierre Monbeig: a herança intelectual de um geógrafo. Estudos Avançados. São Paulo, 1994, vol. 8, nº 22, p. 221-232. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9699>. Acesso em: 20 nov. 2020.

ANDRADE, Julia Cossermelli. Pierre Monbeig, um francês diante da geografia em movimento: um estudo sobre a obra “Pioneiros e Fazendeiros do Estado de São Paulo”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. São Paulo, 2011, vol. 1, nº 52, p. 43-68. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34668>. Acesso em: 23 out. 2020.

BOMBARDI, Larissa Mies. O Bairro Reforma Agrária e o processo de territorialização camponesa. São Paulo: Annablume, 2004. 395 p.

BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. A Família na Obra de Frédéric Le Play. Dados: Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, 2002, vol. 45, nº 3, p. 513-544.

BUTTIMER, Anne. Charism and Context: the challenge of “La Geographie Humaine”. In: LEY, David e SAMUELS, Marwyn. (ed.). Humanistic Geography: prospects and problems. Chicago: Maaroufa Press, 1978, p. 58-76.

BUTTIMER, Anne. Aprendendo o Dinamismo do Mundo Vivido. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio. (ed.). Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982, p. 165-193.

CAPEL, Horacio. Geografía Humana y Ciencias Sociales: una perspectiva histórica. Barcelona: Montesinos, 1987. 139 p.

CAPEL, Horacio. Filosofía y Ciencia en la Geografía Contemporánea: una introducción a la Geografía. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2012. 477 p.

CLAVAL, Paul. Histoire de la Géographie. Paris: Puf, 1995. 128p.

CHRISTOFOLETTI, Antônio. As Características da Nova Geografia. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio. (ed.). Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982, p. 71-101.

CONCEIÇÃO, Alexandrina Luz. A Geografia Social de Sílvio Romero. Terra Brasilis. São Paulo, 2000, vol. 1, nº 2, p. 1-15.

DANTAS, Aldo. Monbeig e a noção de Complexo Geográfico. Revista Confins, São Paulo/Paris, 2009, ano 3, vol. 3, nº 7, p. 1-15. Disponível em: <https://journals.openedition.org/confins/6091#text>. Acesso em: 23 nov. 2020.

DURHAN, Eunice Ribeiro. A Família Operária: consciência e ideologia. Dados: Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, 1986, vol. 23, nº 2, p. 201-213.

ENGELS, Friedrich. El Origen de la Familia, la Propiedad Privada y el Estado. Madrid: Globus, 2002, 107 p.

FEBVRE, Lucien. A Terra e a Evolução Humana. Lisboa: Cosmos, 1954. 544 p.

FREMONT, Armand. Recherches sur l'espace vécu. L’Espace géographique. Paris, 1974, vol. 3, n° 3, p. 231-238.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Maia & Schmidt, 1933. 776 p.

FUKUI, Lia Freitas Garcia. Estudos e Pesquisas sobre a Família no Brasil. Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, 1980, vol. 1, nº 10, p. 13-23.

GEORGE, Pierre. La vie et l'œuvre de Max Sorre. Annales de Géographie. Paris, 1962, vol. LXXI, n° 387, p. 449-459.

GERALDINO, Carlos Francisco Gerencsez. O Conceito de Meio na Geografia. Dissertação de mestrado dirigida por Elvio Rodrigues Martins. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010. 134 p.

GODARD, Francis. Introdução. Réseau modes de vie. Paris: CNRS, 1984, p. 13-21.

GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do homem, filosofia da cultura. São Paulo: Contexto, 2010, 237 p.

GUERRA, Isabel. Modos de Vida: novos percursos e novos conceitos. Sociologia: problemas e práticas. Lisboa, 1993, vol. 1, nº 13, p. 59-74.

HARVEY, David. Geografía y Teoría Revolucionaria. Geo Crítica: cuadernos críticos de geografía humana. Barcelona, 1976, ano 1, nº 5, p. 1-12. Disponível em: <http://www.ub.edu/geocrit/geo5.htm#1>. Acesso em: 20 nov. 2020.

HOLZER, Werther. A Geografia Humanista: uma revisão. Espaço e Cultura. Rio de Janeiro, 2008, edição comemorativa, p. 137-147. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/article/view/6142/4414>. Acesso em: 20 nov. 2020.

KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Estilos de Vida e Individualidade. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 2010, ano 16, vol. 1, nº 33, p. 41-53.

LACASCADE, Jean-Louis. Réémergences actuelles du thème des modes de vie. Réseau Modes de Vie. Paris: CNRS, 1984, p. 147-204.

LE PLAY, Frédéric. La Méthode Sociale: abrégé des ouvriers européens. Paris: Alfred Mame et Fils Éditeurs, 1989. 648 p.

LEAL, Natasha Simei. Simmel e o Dinheiro: primeiros ensaios. Revista Mediações, Londrina, 2011, vol. 16, nº 1, p. 349-353.

LEFÈBVRE, Henri. A Vida Quotidiana no Mundo Moderno. Lisboa: Unisseia, 1969. 216 p.

LEFÈBVRE, Henri. La Production de l’Espace. Paris: Anthropos, 1986. 253 p.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A Crise Moderna da Antropologia. Revista de Antropologia. São Paulo, 1962, vol. 10, nº 1-2, p. 19-26.

LIRA, Larissa Alves. Fernand Braudel e Vidal de La Blache: geohistória e história da geografia. Revista Confins, São Paulo/Paris, 2008, ano 2, vol. 2, nº 2, p. 1-15.

LOBO, Elisabeth Souza. Caminhos da Sociologia no Brasil: modos de vida e experiência. Revista Tempo Social, São Paulo, 1994, vol. 4, nº 1-2, p. 7-15.

LOPES, José Sérgio Leite. Anotações em torno do tema “condições de vida” na literatura sobre a classe operária. In: SILVA, Luiz Antônio M. (org.). Condições de vida das camadas populares. Rio de Janeiro: Zahar, 1984. (Debates Urbanos: 6). p. 21-58.

MARQUES, Marta Inêz Medeiros. O Modo de Vida Camponês Sertanejo e sua Territorialidade no Tempo das Grandes Fazendas e nos Dias de Hoje em Ribeira-PB. Dissertação de mestrado dirigida por Ariovaldo Umbelino de Oliveira. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1994. 131 p.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Hucitec, 1986. 119 p.

MENDRAS, Henri; FORSÉ, Michel. Le Changement Social. Paris: Armand Colin, 1983. 288 p.

MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 1998. 392 p.

MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 13ª ed. São Paulo: Hucitec, 2005. 138 p.

MORGAN, Lewis Henry. Ancient Society: researches in the lines of human progress from savagery through barbarism to civilization. Chicago: Charles Kerr Company, 1985. 471 p.

NABARRO, Sergio Aparecido. Reforma Agrária de Mercado nos Municípios de Londrina e Tamarana-PR. Dissertação de mestrado dirigida por Júlio César Suzuki. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010. 232 p.

NABARRO, Sergio Aparecido. Modo de Vida e Campesinato no Capitalismo: contribuições, limites e a construção de um entendimento do campesinato como modo de vida. Tese de doutorado dirigida por Júlio César Suzuki. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014. 240 p.

NABARRO, Sergio Aparecido. Contribuições de Élisée Reclus ao debate sobre a Questão Agrária. Revista Mercator. Fortaleza, 2020, vol. 19, nº e19026, p. 1-14. Disponível em: <http://www.mercator.ufc.br/mercator/article/view/e19026>. Acesso em: 23 nov. 2020.

RANGEL, Kátia Souza. De Bairro rural a território quilombola: um estudo da comunidade quilombola do Mandira. Dissertação de mestrado dirigida por Júlio César Suzuki. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011. 227 p.

RECLUS, Élisée. À mon frère, le paysan. Les Eaux Vives. Genebra, 1893, vol. 1, nº 20, p. 1-16.

RIBEIRO, Darcy. A Política Indigenista Brasileira. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1962. 178 p.

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 470 p.

SIMMEL, Georg. Philosophie des Geldes. Frankfurt: Suhrkamp, 1989. 616 p.

SIMMEL, Georg. Dinheiro na Cultura Moderna. In: SOUZA, Jessé e ÖELZE, Berthold. Simmel e a Modernidade. Brasília: UnB. 1998. p. 23-40.

SIMMEL, Georg. Psicologia do Dinheiro e outros ensaios. Lisboa: Texto & Grafia, 2009. 128 p.

SIQUEIRA, Euler David. Antropologia: uma introdução. Brasília: UAB, 2007. 160 p.

SOROKIN, Pitirim Alexandrovich. Society, Culture and Personality: their structure and dinamics. New York: Harper, 1947. 742 p.

SORRE, Max. La Notion de Genre de Vie et sa Valeur Actuelle – première article. Annales de Géographie. Paris, 1948a, vol. LVII, nº 306, p. 97-108.

SORRE, Max. La Notion de Genre de Vie et sa Valeur Actuelle – deuxième article. Annales de Géographie. Paris, 1948b, vol. LVII, nº 307, p. 193-204.

SORRE, Max. Les Migrations des Peuples: essai sur la mobilité géographique. Paris: Flammarion, 1955. 265 p.

SUZUKI, Júlio César. De Povoado a Cidade: a transição do rural ao urbano em Rondonópolis. Dissertação de mestrado dirigida por Sandra Lencioni. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1996. 237 p.

SUZUKI, Júlio César. Na busca dos momentos, a descoberta da transição: o estudo da urbanização de Rodonópolis-MT. GeoUsp - Espaço e Tempo. São Paulo, 1997 vol. 1, nº 1, p. 65-71. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/123227>. Acesso em: 23 nov. 2020.

SUZUKI, Júlio César. Território, modo de vida e patrimônio cultural em sociedades tradicionais brasileiras. Revista Espaço & Geografia. Brasília, 2013, vol. 16, nº 2, p. 627-640. Disponível em: <http://www.lsie.unb.br/espacoegeografia/index.php/espacoegeografia/article/view/272/197>. Acesso em 23 nov. 2020.

TUAN, Yi-Fu. Geografia Humanística. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio. (ed.). Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982, p. 143-164.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: un estudio de las percepciones, actitudes y valores sobre el entorno. Santa Cruz de Tenerife: Melusina, 2007. 351 p.

VIDAL DE LA BLCHE, Paul. Des Divisions Fondamentales du Sol Français. Bulletin Littéraire. Paris, 1888, vol. 2, nº 1, p. 1-7.

VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Les Genres de Vide dans la Géographie Humaine – première article. Annales de Géografie. Paris, 1911a, vol. XX, nº 111, p. 193-212.

VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Les Genres de Vide dans la Géographie Humaine – deuxième article. Annales de Géografie. Paris, 1911b, vol. XX, nº 112, p. 289-304.

VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Des Caractères de la Géographie. Annales de Géographie. Paris, 1913, vol. 22, nº 124, p. 289-299.

VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Principes de Géographie Humaine. Paris: Librairie Armand Colin, 1922. 322 p.

VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Os Gêneros de Vida na Geografia Humana – primeiro artigo. Revista GeoGraphia. Niterói, 2005, ano 7, vol. 1, nº 13, p. 113-130.

WIRTH, Louis. Urbanism as a Way of Life. The American Journal of Sociology. Chicago, 1938, vol. 44, nº 1, p. 1-24.

Descargas

Publicado

2021-08-31

Número

Sección

Artículos